terça-feira, 19 de abril de 2011

ARQBest-Arquitetura | A famosa catedral de Florença, por Brunelleschi

Este é o famoso Duomo de Florença, a catedral de Florença. Ela é toda feita de mármore branco e preto. A mesma coisa que nós encontramos nas fachadas laterais da Basílica de Orvieto.



O crescimento das cidades permitiu o desenvolvimento de atividades como o comércio, artesanato e a ciência. Invenções como a pólvora, o relógio e o mapa-múndi aproximaram o ser humano das leis da natureza, desvendando-a e criando uma imagem crítica sobre ela. O início do Renascimento mostrou, além de uma crítica ao modo de viver da idade gótica, uma volta à antigüidade romana feita pelos humanistas, baseada no princípio de que o homem deveria ser "a medida de todas as coisas".

Esse novo estilo, baseado em pensamentos humanistas, transformou os artistas, antes anônimos e considerados servos, em senhores, conhecedores da arte. Assim, quando em 1436 com o término da construção da cúpula da catedral de Florença, projetada por Fillipo Brunelleschi, o período Gótico dava lugar a um novo período, o Renascimento.


" A Catedral de Florença teve sua construção iniciada em 1294 pelo projetista Arnolfo di Cambio e, após um século e meio com praticamente todas as obras já finalizadas, permaneceu sem sua cúpula principal. Presente no projeto original, a enorme cúpula de forma octogonal, construção a qual não tinha qualquer tipo de precedente, não tinha solução para sua execução. O suporte em timbres e armaduras de madeira, normalmente utilizado para estes fins, se tornou bastante inseguro frente ao grande peso e vão da cúpula (aproximadamente 39.5 metros) e, principalmente, bastante oneroso. Buscando uma solução para o projeto, foi anunciado, em 1418, um concurso entre os grandes estudiosos, arquitetos e projetistas. "


Detalhe dos anéisMuitas soluções apareceram, porém o concurso não obteve vencedor. Entre estas soluções, uma teve grande destaque, justamente a de Fillipo Brunelleschi, na qual a construção da cúpula poderia ser executada sem qualquer tipo de armadura de madeira, mas através da utilização de uma série de cocêntricos e autoportantes anéis em pedras (arenito) reforçados em sua parte externa com correntes de ferro. Desta forma esses anéis protegeriam a estrutura contra esforços laterais durante a fase de construção. Considerada por muitos uma solução inviável, esta solução foi sustentada por Brunelleschi até que fosse aceita.







Assim, em 1420 Fillipo Brunelleschi e Ghiberti foram nomeados os co-arquitetos da cúpula da catedral. Foram escolhidos o barro e as dimensões para a produção de tijolos para a alvenaria. Fillipo Brunelleschi ainda supervisionou a queima desses tijolos, já que estes eram um outro ponto chave de sua idéia, pois dispostos de determinada maneira apoiavam-se uns aos outros durante o fechamento das paredes da cúpula, já que não existia qualquer tipo de escoramento.



Detalhe da cúpulaJunto à solução para a execução da cúpula, outras idéias, tão brilhantes e revolucionárias quanto esta, foram anunciadas por Brunelleschi. Ente elas a divisão da cúpula em duas partes. A primeira seria uma cúpula interna, espessa e em forma de concha, tendo em sua base 2 metros de espessura e em seu topo 1,5 metros. A segunda, externa, com o intuíto de proteção contra o vento, a água e qualquer tipo de intempéries, menos espessa e com uma forma mais majestosa. Entre as duas cúpulas, buscando facilitar a inspeção e acerto de reparos, foi construída uma escadaria curva, hoje muito utilizada para a visitação. Essas cúpulas eram reforçadas por 24 nervuras de arenito, sendo 8 delas definindo os vértices do octógono e, as restantes, menores e inseridas na estrutura, duas a duas nos lados do octógono.


Fonte: Catedral de Florença | Catedrais Medievais


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