sexta-feira, 18 de março de 2011

Panos de vidro integram exterior e interior

Uma minifloresta cerca esta casa de 300 m² em plena metrópole paulistana. Reformada com muito vidro e acabamentos rústicos, ela mimetiza o verde ao redor sem ofuscar a elegância de sua arquitetura contemporânea e o aconchego da decoração, composta de móveis de família. Da mata para a represa, mostramos uma casa que também extraiu o melhor da paisagem! 




Toc-toc. Não é ninguém batendo à porta e os moradores sabem disso. Já se acostumaram ao barulho dos pica-paus perfurando as árvores que cercam a casa, instalada em uma mini floresta de 665 m². A construção fica em um precioso trecho verde do Morumbi, bairro que tem a quinta maior cobertura vegetal por habitante de São Paulo. “Compramos a casa por causa do terreno. O contato com a natureza é um luxo na cidade”, conta a moradora. No entanto, para receber a família – um casal com três filhos –, a planta original, com 120 m² e dois quartos, precisaria ser repensada. Irmã da proprietária, a arquiteta Claudia Haguiara idealizou a reforma, que somou 180 m² à morada. Apesar de pequena, a construção original reunia características atraentes, como os traços contemporâneos e a implantação respeitosa. “A casa me encantou pela estrutura metálica e pela integração com a vegetação do terreno. Na ampliação, não poderíamos perder seu jeito de refúgio no meio da mata”, diz a arquiteta Claudia Haguiara. A reforma fechou com vidro os blocos de cima, antes separados, o que trouxe mais área interna e claridade. Assim, a planta ficou com três suítes, um estar maior e uma lavanderia – posicionada sob o volume em balanço da construção. “Esse quadrado fica recuado e foi pintado de preto, opções que mantêm a discrição das intervenções.”

A fachada era uma caixa fechada. A reforma expôs a estrutura de aço e substituiu parte da alvenaria por vidro. Cortinas de voal da Divano Decorações. A vegetação é composta de guaimbês.

Na lateral, a casa tem jeito de mirante graças à varanda com deque. Chama a atenção o mix de materiais, caso do aço corten dos pilares e do fulget da escada (Vieira de Menezes Pisos e Revestimentos).

O piso do estar mostra a diferença entre a área original, de ipê, e a parte ampliada, de cimento queimado. A parede ganhou tecnocimento (Carlos Eduardo Nakazato). Sofá Togo, da Ligne Roset.




Uma porta de correr de lousa separa a sala da cozinha, que tem armário de laminado amarelo e tampo de aço inox. Luminárias do Laboratório da Luz. Mesa e cadeiras vieram de feirinhas de usados.









Em qualquer parte da sala, dividida em três ambientes, o verde é sempre personagem central. O sofá preto e as poltronas são herança de família. Na lateral esquerda, no canto, você vê a mesinha cinza da Forma.


Na sala de jantar, os móveis de época mais uma vez marcam a decoração. “O conjunto de mesa e cadeiras era da minha avó”, conta a moradora. O bufê veio de uma feirinha e o lustre industrial foi presente da arquiteta



Os novos fechamentos de vidro integraram dentro e fora, fazendo surgir quadros vivos em salas e quartos. Diante do verde, a decoração com móveis de família ou comprados em feirinhas se aquieta, apoiada em uma base neutra. “Usei pedra, aço corten, madeira e cimento queimado, materiais que combinam com o entorno”, diz Claudia Haguiara. Na área externa, caminhos de fulget se integram à paisagem de helicônias, guaimbês, palmeiras, abacateiros, amoreiras e muitas outras árvores, já existentes na mata nativa, morada de corujas, preás e inúmeros pássaros. Vem deles o único som que interrompe o silêncio. Toc-toc. Não é ninguém batendo à porta. São os pica-paus.


Com a ampliação do andar superior, a cozinha aproveitou um recuo formado embaixo dos quartos. Os diferentes ambientes que compõem a grande sala são integrados em um layout fluido.

No andar de cima, passarelas ao ar livre levavam aos dois quartos antigos. Com o fechamento, surgiram três suítes. O vão central com teto de vidro atinge o pé-direito de 5 m.

Fonte: Casa Abril

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário!